sábado, 5 de janeiro de 2013

Holocénico



Holocénico:

. Época do Neogénico, anteriormente incluído, no Quaternário, cuja designação deriva de hólos (todo) e kainós (recente). O termo foi introduzido por Gervais (1867). Está compreendido entre os 0,012 Ma e a actualidade.
É um período interglacial em que a temperatura foi mais suave e o gelo derreteu, provocando uma subida do nível do mar. Fez com que a Indonésia, Japão e Taiwan se separassem da Ásia, a Grã-Bretanha da Europa continental e a Nova Guiné e Tasmânia da Austrália. Viu também a formação do Estreito de Bering.
Todas as outras idades, épocas e eras são representados por fenómenos naturais evolutivos e geológicos. Em contraste, o Holocénico distingue-se por ser a idade em que as actividades humanas tiveram um acentuado, na maior parte extremamente prejudicial, efeito sobre o resto da biosfera. Os anos da sua extensão são muito curtos para ver muito no caminho da evolução das espécies e ecossistemas, mas os processos naturais de erosão e sedimentação foram complementados por actividades humanas e impactos geográficos (como a ascensão das cidades, campos, estradas, etc). Tem havido um crescimento exponencial da população humana e do conhecimento.

Limite inferior: O estratótipo basal (potencialmente, um parastratótipo) do limite Pleistocénico-Holocénico (O limite entre o Pleistocénico e o recente é de cerca de 0,0115Ma) pode vir a ser definido numa sequência lacustre laminada (varvas) do Oeste da Alemanha. O ICS propôs, em 2007, o núcleo de gelo NorthGRIP, Gronelândia como estratótipo para o limite, final do mais recente episódio de frio Dryas, o qual se reflecte numa mudança nos valores excessivos de deutério, concentração de poeira, uma série de espécies químicas e por uma alteração anual na espessura da camada.

Vida e extinção: A vida vegetal e animal pouco mudou durante o Holocénico, mas houve mudanças significativas na distribuição de plantas e animais. Um grande número de animais, incluindo mamutes, mastodontes, Smilodon e Homotherium (mais conhecido por "dentes-de-sabre") e preguiças gigantes desapareceram na América. Neste continente também os animais sobreviventes foram extintos em outros lugares, incluindo cavalos e camelos. Essa extinção da megafauna americana coincide com a chegada dos seres humanos 12 000 anos atrás. A extinção de plantas e animais continua hoje. A taxa observada de extinção acelerou dramaticamente nos últimos 50 anos.


BIBLIOGRAFIA:
http://palaeos.com
http://pt.wikipedia.org

Mesozóico



Mesozóico (251 a 65,5 Ma):

O Mesozóico é a era do Éon Fanerozóico que está compreendida entre 251 milhões e 65,5 milhões de anos atrás, aproximadamente. Divide-se nos períodos Triásico, Jurássico e Cretácico, do mais antigo para o mais recente:

- Triásico (251 a 199,6 Ma):

O Triásico foi, de certa forma, um momento de transição. Foi nesta altura que a Pangeia existiu e se começou a separar, alterando o clima global e circulação oceânica. O Triásico seguiu-se ao maior evento de extinção (extinção Permo-Triásica) da história da vida, e por isso é um momento em que os sobreviventes desse evento se espalharam e se recolonizaram.
Os organismos do Triásico podem ser considerados como pertencentes a um dos três grupos: remanescentes da extinção Permo-Triásica; os novos grupos que floresceram na altura; novos grupos que passaram a dominar o mundo Mesozóico. Dos remanescentes fazem parte os Lycophytes, Glossopterídeas e Dicynodonts. Daqueles que passaram a dominar o mundo Mesozóico estão incluídos coníferas modernas, Cycadeoids e os Dinossauros.
Triásico
   
- Jurássico (199,6 a 145,5 Ma):

Com o aumento do nível dos oceanos, terras altas foram encobertas pelo mar, o que dividiu Pangeia em dois continentes: Laurásia, ao norte, e Gondwana, ao Sul. Este dividiu-se também, dando origem à África e à América do Sul (abertura do oceano Atlântico). Essa divisão também permitiu que a humidade vinda do mar atingisse regiões que anteriormente não atingia (por estarem no interior de Pangeia), tornando o clima mais húmido. Estas alterações permitiram então o desenvolvimento de novos tipos de espécies, em diferentes ambientes.
- Marinho: répteis marinhos (ictiossauros, plesiossauros e crocodilos), bem como peixes.
- Terrestre: os grandes répteis (arcossauros) permaneceram dominantes e os grandes saurópodes (como o Apatosaurus ou Diplodocus) serviram de alimento aos grandes terópodes (Ceratosaurus, Megalosaurus e Alossaurus). Surgiram nesta altura os primeiros mamíferos marsupiais. Já a flora viu florescerem as coníferas.
- Aéreo: desenvolveram-se os primeiros pássaros (Archaeopteryx), a partir de pequenos dinossauros, os pterossauros eram comuns.
Jurássico

- Cretácico (145,5 a 65,5 Ma):

Durante o Cretácico os continentes começaram a adquirir os contornos actuais. Surgiram os mamíferos placentários primitivos e as plantas com flor (Angiospérmicas). Os dinossauros alcançam seu ápice na escala evolutiva mas, no fim deste período, ocorreu a extinção em massa desses grandes répteis e de diversas espécies de animais da Terra (cerca de 60% deles foi extinto).
Após a extinção (supõe-se que terá sido provocada pelo impacto de um meteorito):
A atmosfera entrou em combustão até algumas centenas de quilômetros do local do impacto. Na região diametralmente oposta, como resultado do impacto e das ondas de choque, irrompeu um longo período de grande atividade vulcânica, incluindo a formação de supervulcões, culminando no escurecimento da atmosfera e na inviabilização da fotossíntese. Isso levou ao desaparecimento dos grandes herbívoros, e por consequência, dos grandes predadores. Somente os pequenos animais terrestres e os animais aquáticos puderam sobreviver.
A era glacial que se seguiu, deveu-se ao "espessamento" das camadas intermediárias da atmosfera, devido às cinzas.
Cretácico
BIBLIOGRAFIA:
http://www.scotese.com/earth.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mesozóico

A Lei de Walther



Johannes Walther foi um geólogo e paleontólogo, de nacionalidade Alemã, que escreveu os princípios fundamentais da Estratigrafia, incluindo a Lei de Walther. A mesma diz que numa sucessão vertical, uma passagem gradual entre duas fácies sugere que as mesmas estejam associadas, tendo sido geradas em ambientes deposicionais lateralmente contínuos. Se houvesse contacto brusco ou erosivo poderia indicar intervalos de não-deposição ou mudanças significativas no ambiente deposicional. 
De uma maneira simples, esta Lei explica que em ambientes deposicionais, diferentes tipos de sedimentos se acumulam uns ao lado dos outros gerando camadas lateralmente contínuas. No entanto como os ambientes migram ao longo do tempo, as fácies sobrepõem-se umas às outras, implicando que numa sequência vertical que não apresente grandes descontinuidades, todas as rochas e ambientes representados existiriam no mesmo espaço de tempo, tendo assim a mesma idade.



Vídeo retirado do YouTube a explicar
como funciona a Lei de Walther


BIBLIOGRAFIA:
www.youtube.com
http://pt.wikipedia.org

Correlação Geológica


Correlação geológica: Equivalências estratigráficas ou sincronismo de formações geológicas mais ou menos afastadas. O estabelecimento de correlações resulta da comparação de características das unidades litológicas. É uma operação fundamental em Estratigrafia, tendo quase sempre uma conotação temporal. Este sincronismo pode ser estabelecido se:
- houver continuidade e passagem lateral entre as formações em causa;
as mesmas contiverem fósseis característicos da mesma idade (não necessariamente os mesmos);
- tiverem a mesma idade geocronológica;
- as formações, mesmo de fáceis diferentes, estiverem enquadradas por outras equivalentes, bem datadas 



Tipos de correlação:


Biocorrelação – Estabelece a correspondência entre dois estratos através do conteúdo fossilífero, com base na presença de determinados fósseis e da sua posição bioestratigráfica. Neste tipo de correlação tem enorme interesse o reconhecimento dos biohorizontes de primeira aparição e nos de última presença de fósseis característicos em diferentes secções estratigráficas, e ao considerar-se como simultâneos a nível mundial tratar-se-ia realmente de uma biocronocorrelação.
Biocorrelação

Litocorrelação – Correspondência através do carácter litológico e da posição litostratigráfica. Para fazer este tipo de correlação comparam-se as unidades litostratigráficas presentes em cada uma das secções estratigráficas e os níveis específicos de litologias dentro das mesmas.
Tarbuck & Lutgens (1993)

Cronocorrelação – Correlaciona superfícies isócronas e o reconhecimento da sua posição cronoestratigráfica. Consiste na comparação temporal de duas ou mais secções estratigráficas, para o qual se selecionam os recursos estratigráficos que indiquem simultaneidade (exemplos: inversões magnéticas, biohorizontes, anomalias geoquímicas) e que facilitem o estabelecimento da correspondência de todas as unidades estratigráficas representadas.
Cronocorrelação


Métodos de Correlação: 
Critérios que facilitam a demonstração de equivalência de unidades estratigráficas ou de superfícies de estratificação. São eles:

- Métodos de autocorrelação: cortes, perfis sísmicos;

- Métodos litológicos (ou de litocorrelação): mudanças litológicas bruscas, níveis guia, estudos de laboratório;

- Métodos baseados em propriedades físicas: que compreendem por sua vez dois subtipos: os magnetoestratigráficos e os aplicados a partir das diagrafias;

- Métodos Radiométricos: Consistem na comparação das datações radiométricas de materiais de diferentes secções estratigráficas;

- Métodos litoestratigráficos: Baseiam se no reconhecimento das áreas especificas de estratificação, reflectindo um fenómeno comum;

- Métodos baseados em fósseis;

- Métodos biocronoestratigráficos: A primeira e a última ocorrência.



BIBLIOGRAFIA:
http://www.iugs.org/
VERA TORRES, Juan Antonio (1994), Estratigrafia, Principios y Métodos. Madrid: Editorial Rueda.

Estratos e Estratificação



Estrato ou Camada: Corpo lítico, em regra tabular, caracterizado por certas propriedades que o distingue dos corpos adjacentes. A separação entre estratos  vizinhos pode ser feita por planos bem marcados (passagem brusca) ou através da mudança gradual de qualquer propriedade (litologia, mineralogia, conteúdo fossilífero, composição química ou idade).

Estratificação: Deposição de material em lâminas, paralelas ou subparalelas, entre si, bem como em relação topo e base da camada onde estão inseridas. É uma propriedade muito importante das rochas sedimentares.

Tipos de estratificação:

Estratificação cruzada: Originada pelo vento ou pela água. As lâminas no interior do set fazem um determinado ângulo (<35º) com a superfície superior e inferior da mesmo. Este tipo de estratificação subdivide-se em:
- Tabular: lâminas com a mesma espessura e paralelas entre si;
- Prismática: lâminas em "cunha";
- Festonada: concavidade das lâminas da camada virada para cima;
- Hummocky: as camadas formam estruturas irregulares e convexas. 


Estratificação Cruzada

Estratificação gradacional / Granuloselecção: Aplicada à granulometria das rochas clásticas. Caracterizada por um decréscimo do tamanho das partículas/grãos da base para o topo. Quando, da base para o topo, o tamanho das partículas aumenta dá-se o nome de estratificação gradacional invertida. É originada fundamentalmente em ambientes marinhos profundos, por correntes turbidíticas que levam o material dos taludes para áreas oceânicas.

Granuloselecção


Granuloselecção

Bioturbações: Muitas vezes nas rochas sedimentares a estratificação encontra-se quebrada por tubos aproximadamente cilíndricos que podem ter alguns centímetros de diâmetro e que se estendem verticalmente ao longo de muitas camadas. Estas estruturas são remanescentes de furos e túneis escavados por moluscos e muitos outros organismos marinhos.

Biotubações presentes na Praia Grande, Sintra

Ripple Marks: Superfícies ritmicamente onduladas com comprimento de onda centimétrico a decimétrico, em sedimentos arenosos ou siltosos. Formam-se em dunas pela acção do vento, e em ambientes sub-aquáticos pela acção de ondas e de correntes. Essas marcas podem ser:
- Simétricas: típicas do “vai e vem” das ondas de água rasa;
- Assimétricas: comuns quando a ondulação é formada por um fluxo de corrente, seja ele eólico, fluvial ou canal de maré.


Ripple Marks

Esquema dos Ripple Marks
Em cima: Simétricos    
Em baixo: Assimétricos

Segue-se um filme dividido em quatro partes sobre a estratificação:


(Parte 1)

(Parte 2)

(Parte 3)

(Parte 4)

BIBLIOGRAFIA:
http://pt.wikipedia.org
http://sepmstrata.org
http://www.stratigraphy.org
http://www.youtube.com/
SELLEY, Richard C., Applied Sedimentology, 2ª edição, San Diego, Academic Press, 2000