sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Estratigrafia (objectivo; finalidade; história)



Estratigrafia (definição clássica):
            A estratigrafia vem do latim stratum + grego graphia, é a descrição de todos os corpos rochosos que formam a crosta da Terra e sua organização em unidades mapeáveis distintas e úteis, com base em suas propriedades ou atributos intrínsecos, com vista a estabelecer a sua distribuição e relações no espaço e sua sucessão no tempo, bem como interpretar a história geológica.

Objectivos:
            O papel fundamental da estratigrafia é o de, através da observação das unidades litológicas e das suas propriedades, chegar ao seu modo de origem, estabelecendo a sua evolução temporal e espacial. Assim, a estratigrafia estuda,
fundamentalmente, as relações no tempo e no espaço dos conjuntos liticos e dos acontecimentos neles registados de modo a chegar à reconstituição da história da Terra.

A ESTRATIGRAFIA DIVIDE-SE EM:

Litostratigrafia: Correlaciona os pacotes rochosos baseados na sua litologia, sem necessariamente se preocupar com o tempo de sua deposição ou formação. Ou seja, define a individualização dos pacotes rochosos, de outros pacotes, conforme suas características litológicas, composição mineralógica, granulometria ou mesmo cor. A unidade básica da litostratigrafia é a formação geológica.

Bioestratigrafia: Estuda as sucessões fossilíferas existentes nas rochas e sua correlação espacial. Estratos de diferentes localizações, com a mesma fauna ou flora são correlacionais em tempo. 
Está baseada no Princípio de sucessão faunística de William Smith.

Cronoestratigrafia: Estuda a idade relativa das rochas em relação a sua circunvizinhas.

 Carta Cronoestratigráfica Internacional
Aloestratigrafia: É o estudo de estratos sedimentares que podem ser definidos e identificados das descontinuidades que limitam os mesmos, e que podem ser mapeados. Envolve interpretação estratigráfica, correlação e mapeamento destas descontinuidades e superfícies para dividir a secção sedimentar. Estas descontinuidades e superfícies podem ser hiatos deposicionais, discordâncias erosivas, superfícies de inundação, etc.

Magnetoestratigrafia: Estudo das propriedades magnéticas das rochas em camadas de diferentes idades.

Estratigrafia de Sequências: 
É o ramo da geologia que tenta subdividir e correlacionar os depósitos sedimentares entre discordâncias numa variedade de escalas e explicar estas unidades estratigráficas em termos de controlo da variação relativa do nível do mar e do aporte sedimentar.

Vídeo a explicar a estratigrafia de sequências

A estratigrafia evoluiu bastante desde sua concepção. Atualmente a Estratigrafia de Sequências pode ser considerada o último grande avanço científico mundial.
A partir das descobertas nas diversas áreas da estratigrafia, criou-se uma escala de tempo geológico, que serve de referencial temporal não só à geologia como também à paleontologia.

Quadro das divisões Estratigráficas


HISTÓRIA

            Nicholas Steno estabeleceu a bases teóricas da estratigrafia quando reintroduziu o princípio da superposição e introduziu o princípio da horizontalidade original (este princípio estabelece que camadas de sedimentos são originalmente depositados horizontalmente) e o princípio da continuidade lateral numa obra em 1669 sobre a fossilização de restos orgânicos em camadas de sedimentos.
            A primeira aplicação prática em grande escala da estratigrafia foi feita por William Smith, no século 19. Smith, conhecido como o "pai da geologia inglesa", criou o primeiro mapa geológico de Inglaterra e entendeu o significado de camadas de estratos bem como a importância de marcadores de fósseis para correlacionar estratos.
            Outra aplicação da estratigrafia influente no início do século 19 foi um estudo realizado por Georges Cuvier e Brongniart Alexandre da geologia da região em torno de Paris.

Seguem-se dois vídeos retirados do YouTube a explicar a Estratigrafia:


(Parte 1)
                            

(Parte 2)



Os Princípios Fundamentais da Estratigrafia:

1 - Princípio do uniformitarismo:
            Este princípio é um princípio metodológico. Pressupõe uma uniformidade temporal dos processos geológicos e das suas causas, sendo considerado por alguns autores como sinónimo de actualismo, em oposição ao conceito de catastrofismo. Contudo, este termo ainda hoje não possui um significado consensual. Além do significado anteriormente referido e que pode ser resumido na afirmação que "o presente é a chave para o passado", também surge associado à ideia de que as mudanças geológicas processam-se de forma lenta e gradual, sem descontinuidades súbitas, nem catástrofes.


2 - Princípio da sobreposição:
            Numa sucessão de estratos cuja ordem não foi alterada, cada estrato é mais antigo do que aquele que o cobre e mais recente do que aquele que lhe serve de base.







3 - Princípio da continuidade lateral:
            As camadas de sedimentos são contínuas e estendem-se até a margem de bacia de acumulação, ou se afinam lateralmente. Ou seja, uma camada tem a mesma idade em todos os seus pontos, o que implica que os limites (superior e inferior) da mesma representam superfícies isócronas.





4 -Princípio da identidade paleontológica:
            Nos estratos, os grupos de fósseis surgem numa ordem definida, podendo reconhecer-se um determinado período de tempo geológico pelas características dos fósseis. Às camadas que possuem o mesmo conjunto de fósseis de idade pode ser atribuída a mesma idade.


5 - Princípio da intersecção: Toda a unidade geológica que intersecta outra é-lhe posterior.














6 - Princípio da inclusão: Fragmentos de rochas incorporados ou incluídos numa rocha são mais antigos do que a rocha que os engloba.



Um comentário:

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